No artigo anterior sobre planejamento e controle de produção (PCP), fizemos uma breve explicação sobre a importância do PCP nas empresas. Em seguida, abordamos o tema ponto de reposição, de forma simples – como ponto de partida – e terminamos o texto ensinando como estimar o consumo diário, que será fundamental para dar continuidade na implementação do ponto de reposição.

 

Pensando em ponto de reposição…

Ao pensar em ponto de reposição, precisamos ajustar nossa mentalidade para a visão de dias de estoque. Como assim? Aqui segue um exemplo:

Imagine que temos um produto com saldo de 100 unidades no estoque. O que esta informação te diz?

Tal informação, por si só, não nos mostra se isso é bom ou ruim e muitas perguntas podem surgir a partir dela, como por exemplo:

  • Essa quantidade atende a demanda de quantos dias?
  • Ela é suficiente para atender a demanda a tempo de fazer uma nova aquisição para que o estoque não fique zerado?
  • Será que 100 unidades desse produto representam uma quantidade muito elevada, que fica por longos períodos ocupando lugar no estoque?

É provável que você até saiba responder todas essas perguntas de cabeça, afinal você tem experiência e familiaridade com a operação da sua empresa. Porém, para que sua empresa cresça de forma saudável, é imprescindível que conhecimentos como esse não estejam somente na sua cabeça.

 

Mas então, o que fazer?

É necessária a definição de métodos, pois a partir deles outras pessoas poderão replicar – e obter – ao menos um resultado próximo do que você espera. Por quê? Porque dessa forma você terá confiança para deixar atividades que são mais operacionais nas mãos dos seus funcionários e poderá se dedicar ainda mais ao planejamento necessário para o crescimento da sua empresa.

 

Parâmetros importantes do PCP

Voltando ao ponto de reposição, vamos encontrar formas de responder às perguntas feitas anteriormente. Para isso, será necessário definir alguns parâmetros importantes e em seguida aplicar o conceito de dias de estoque.

 

Tempo de obtenção

É preciso saber qual o tempo necessário para se obter o produto, seja ele comprado ou fabricado, levando em conta desde o momento em que foi identificada uma necessidade, até o momento em que tal produto esteja disponível para ser utilizado. Saber qual é o tempo de obtenção não deve ser complexo, pois o importante é que ele reflita a realidade.

No caso dos produtos fabricados, você irá definir esse tempo de acordo com o conhecimento que tem do seu próprio processo, das filas de produção, dos gargalos, etc.

No caso dos produtos comprados, o ideal é que seus fornecedores saibam informar isso para você. Nem sempre tudo ocorre como esperado, mas no geral deve haver uma certa constância no cumprimento dos prazos.

 

Estoque de segurança

Outro parâmetro importante de PCP é o estoque de segurança, pois ele servirá como proteção caso ocorra algum atraso na aquisição do produto.

Não existe muito bem uma regra para estabelecer sua quantidade, ela irá alterar de acordo com o tempo de aquisição, o tempo de atraso que eventualmente pode acontecer, a facilidade de se obter o produto no mercado e a criticidade do produto para operação no dia a dia da empresa.

Tudo isso deve ser levado em consideração para que não haja falta de estoque. Vale lembrar que isso não é algo fixo e, portanto, de tempos em tempos deve ser feita uma revisão nos valores, afinal de contas o próprio consumo diário pode mudar, assim como os prazos, a disponibilidade e a criticidade.

Defina quantos dias de estoque de segurança você quer ter para cada produto e multiplique pelo consumo diário para achar a quantidade.

No próximo artigo da área industrial traremos mais algumas considerações importantes para te ajudar a implementar o ponto de reposição em sua empresa.